Esta semana no espaço da música txeldrona trago, quanto a mim, um mau exemplo daquilo que o pimba deve ser. O que mais aprecio (ou a única coisa que consigo não odiar) no pimba é o exercício que fazem para conseguir encaixar o trocadilho ordinário-badalhoco numa narrativa convincente. É esse artifício que aprecio, o esforço, a astúcia, a inteligência, que empregam em tentar tornar a premissa badalhoca, legítima. Ora, este senhor que vos trago hoje é, na minha opinião, o Anti-Cristo do Pimba. Zé do Pipo, como demonstra claramente pelo seu visual, está-se pura i simplesmente a cagar pro bom gosto e pro aprumo e pra técnica e pros cânones do Pimba. Zé do Pipo é hardcore.
Senhoras e senhores: Zé do Pipo.
"Há artistas sublimes. Não é o caso." Puro mau gosto.
Sempre tive, e tenho cada vez mais, medo da sublime e refinada crueldade da ironia do destino. MEDO MESMO. Talvez seja um bocado precoce, mas se o meu medo se confirmar legítimo, já decidi qual vai ser o meu epitáfio:
Espero honesta e esperançosamente vir a mudar de ideias...